Canto XXVII
O Canto inicia por uma cena de
regozijo geral, em que todo o Paraíso canta um hino em louvor “Ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo” (Al Padre, al Figlio,
a lo Spirito Santo- v. 1).
Dante se inebria com esse “doce canto”
(dolce
canto- v. 3) e considera
o que vê como um “sorriso do universo” (un riso/ de l’universo- v. 4-5). Afirma que então sua “embriaguez” (ebbrezza- v.5) “entrava
pelo ouvido e pela vista” (intrava per l’udire e per lo viso- v.6).
Gustave Doré |
Refere-se, em seguida, às “quatro tochas” (le quattro face- v.
10) acesas que ali
estavam, i.e. os lumes de S. Pedro, S. Tiago, S. João e Adão. Aquele que
veio primeiro, ou seja, S. Pedro, “começou
a brilhar mais intensamente” (incominciò a farsi più vivace- v.12). Dante compara essa mudança à da cor de dois planetas-- como se Júpiter (de brancura prateada) se
transformasse em Marte (de ígnea vermelhidão) (1). Acrescenta ainda esta comparação: os planetas eram como se “fossem pássaros que intercambiassem as
plumagens” (fossero
augelli e cambiassersi penne- v. 15).
Esse brilho mais intenso reflete a
sua revolta pela situação da Igreja naquela época. Depois da Providência impor
silêncio aos “santos coros” (beato coro- v.17), Pedro passa a se manifestar. Inicia
dizendo que assim como ele muda de cor, todos ali também vão mudar enquanto ele
fala. Critica então violentamente o papa de então (em 1300) nestes termos: “Aquele que usurpa na terra o meu lugar”
(Quelli
ch’usurpa in terra il luogo mio- v.22)
(Bonifácio VIII)
fatt’ha del cimitero mio cloaca
del sangue e de la puzza; ond’l perverso
che cadde di qua sù, là giù si placa (v. 25-27)
fez de
minha tumba uma cloaca/ de sangue e de fedor, onde o perverso (Lúcifer) que caiu daqui lá embaixo se compraz
(S. Pedro foi morto e sepultado em
Roma, segundo os comentaristas) (2).
Todo o céu se cobre então da cor
(avermelhada) com que o sol “pinta as
nuvens na aurora e no ocaso” (nube dipigne da sera e da mane- v.29). Também Beatriz muda de aparência, é
comparada à dama honesta que ruboriza, ou “se
envergonha, apenas escutando sobre a falha de outra” (/.../ e per l’altrui
fallanza,/ pur ascoltando,
timida si fane- v. 32-33).
Dante associa tal mudança geral de coloração ao eclipse que ocorreu no céu
quando Cristo foi crucificado, mencionado no evangelho de S. Mateus (27:45) (3).
Os versos seguintes (v.40-66) contêm
uma crítica contundente de S. Pedro, o primeiro papa, à Igreja (“a esposa de Cristo”: sposa di Cristo- v.
40) em 1300. Menciona
diversos papas que o sucederam (Lino, Cleto, Sixto, Pio, Calixto e Urbano),
todos martirizados, como ele próprio. Afirma que eles não verteram seu sangue
para a Igreja “conquistar
ouro/ mas esta vida de deleite” (per essere ad acquisto d’oro usata;/ ma per
acquisto d’esto viver lieto- v. 42-43), a do Paraíso.
A divisão entre os fiéis da Igreja
por motivo político também é criticada. Com relação aos dois grupos rivais,
Guelfos e Gibelinos, o papa de então, Bonifácio VIII, tomava partido, apoiando
aqueles e perseguindo estes (4). Por isso, S.Pedro diz que eles -- os papas
citados da Igreja primitiva -- não queriam a divisão do “povo cristão” (popol cristiano- v.48). Também não queriam, continua, “que as chaves que me foram confiadas” (/.../ le chiavi che
mi fuor concesse- v.49)
-- as chaves do reino dos céus a ele conferidas por Cristo, conforme o
evangelho de S. Mateus (16:19) (5) – “se
tornassem símbolo na bandeira/ que combatesse contra batizados” (divenisser signaculo
in vessilo/ che contra battezzati combattesse- v. 50-51), ou cristãos. Os comentaristas
referem-se aqui à guerra empreendida por Bonifácio VIII contra a família
Colonna, que contestou a legitimidade de sua posse (já no “Inferno” XXVII,
v.85-90, Bonifácio -- esse “príncipe dos
modernos fariseus” (Lo
principe d’i novi Farisei)--
é criticado por considerar inimigos cristãos e não judeus ou muçulmanos).
(6)
S.Pedro diz que se envergonha e se
revolta contra o uso de sua “imagem nos
sinetes/ de privilégios vendidos e falsos” (/.../ figura di sigillo/ a privilegi
venduti e mendaci- v. 52-53). E continua em sua crítica à Igreja, pedindo a
intervenção divina:
In vesta di pastor lupi rapaci
si veggion di qua sù per tutti i paschi:
o difesa di Dio, perché pur giaci? (v. 55-57)
Em
vestes de pastor lobos vorazes/ se veem daqui de cima por todos os pastos:/ ó
socorro divino, por que não ages?
L. Veneziano- Martírio de S.Pedro |
S.
Pedro, falando ainda em nome dos martirizados papas da Igreja primitiva (do “bom começo” da Igreja (buon principio- v.59), que decaiu a um “fim ignóbil” (vil fine- v.60), afirma que “Do nosso sangue Caorsinos e Gascões/ se preparam para beber” (Del sangue nostro
Caorsini e Guaschi/ s’apparecchian di bere /.../- v.58-59), uma alusão aos papas futuros (com
relação a 1300, mas já conhecidos por Dante na época da elaboração do “Paraíso”).
Esses sucessores de Bonifácio VIII estavam sediados em Avignon, na França, um era
natural da Gasconha (Clemente V) e
outro, de Cahors (João XXII). S.Pedro
confia na iminente intervenção da Providência, “que com Cipião/ assegurou a Roma a glória do mundo” (che con Scipio/
difese a Roma la gloria del mondo- v. 61-62). Essa menção a Cipião Africano, vencedor de Aníbal, o
cartaginês, na II Guerra Púnica (7), tem por objetivo naturalmente lembrar a
importância histórica de Roma, enaltecendo-a como sede do Império e principalmente
do papado, em detrimento de Avignon. Por fim, S.Pedro conclui sua fala
recomendando a Dante, que “ainda
retornarás lá para baixo” (ancor giù tornerai
/…/- v.65), dizer tudo o que lhe declarou.
Na sequência, Dante informa
que as almas que ali estavam, no 8º céu, retornam para o Empíreo, passando pelo
Primum Mobile (8). Isso ele diz utilizando esta comparação (em que a sonoridade
dos versos originais se apoia na repetição de certos fonemas): como caem os
flocos de neve “quando o corno/ da Cabra
toca o Sol” (/.../
quando ‘l corno/ de la capra del ciel col sol si tocca- v. 68-69),
i.e, quando o Sol está na casa de Capricórnio entre 21 de dezembro e 21 de janeiro (inverno, no hemisfério Norte)
(9), assim ele vê flocos que subiam, em
vez de descerem, “depois de estarem aqui
conosco” (che
fatto avien con noi quivi soggiorno- v.72).
Dante segue a ascensão de tais almas do 8º céu enquanto pode, após o que Beatriz lhe pede para baixar os olhos e ver quantos
céus ele já percorreu. Desde quando
olhara para baixo a primeira vez (cf. Canto XXII), Dante vê “que atravessara todo o arco/ que faz do meio
ao fim o primeiro clima” ( i’ vidi mosso me per tutto l’arco/ che fa dal mezzo al
fine il primo clima- v. 80-81).
“Clima” corresponde a um setor da superfície do hemisfério Norte, a Terra então habitável, dividida pelos antigos geógrafos em sete setores horizontais, a partir do equador. O
“arco” referido corresponde a 90º, um quarto da circunferência terrestre,
metade da extensão de um clima. O primeiro clima, o mais próximo do equador,
começava no meridiano do Ganges, tinha seu centro em Jerusalém e terminava no
meridiano de Cádiz. Dante percebe que foi
transportado do meridiano de Jerusalém ao de Cádiz (10). Ele diz:
/.../ io vedea di là da Gade il varco
folle d’Ulisse, e di qua presso il lito
nel qual si fece Europa dolce carco (v. 82-84)
/.../ eu via,
além de Cádiz, a rota/ insensata de Ulisses, e de outro lado, quase via a
praia/ na qual Europa tornou-se doce carga
ou
seja, ele via, de um lado, o extremo-oeste do mundo então conhecido, onde
Ulisses naufragou (conforme o episódio relatado no canto XXVI do “Inferno”), e
de outro, quase podia ver o litoral da Fenícia, no extremo-leste do mar
Mediterrâneo, onde Júpiter, de acordo com a mitologia clássica,
transformou-se em touro e carregou para
Creta a ninfa Europa, por quem se apaixonara (11). Mais dessa faixa de terra Dante teria visto,
diz ele, “se o Sol não avançasse/ sob
meus pés mais de um signo zodiacal” ( /.../ ma ‘l sol procedea/ sotto i mie’ piedi
un segno e più partito- v. 86-87).
Ou seja, o Sol está adiante de Dante, em Áries. O poeta está em Gêmeos. Entre
os dois signos, situa-se Touro (12).
Dante retorna os olhos para Beatriz,
para a sua “beleza divina que refulgiu/
quando me voltei para o rosto sorridente dela” ( ver’ lo piacer divin
che mi refulse,/ quando mi volsi al suo viso ridente- v. 95-96).
Perto dessa beleza, diz o poeta, não é nada a da natureza (corpo humano) e da
arte (pintura).
E la virtù che lo sguardo m’indulse,
del bel nido di Leda mi divelse
e nel ciel velocissimo m’impulse. (v. 97-99)
E o
poder que seu olhar me concedeu/ me afastou do belo ninho de Leda/ e me lançou
no céu mais veloz.
Assim, pela força do olhar de
Beatriz, Dante é elevado do 8º céu, o das Estrelas Fixas -- ou da constelação
de Gêmeos -- para o “céu mais veloz”,
o Primum Mobile, que impulsiona todos os outros. Dante chama a constelação de
Gêmeos de “o belo ninho de Leda”
porque, conforme a mitologia, Leda é mãe dos gêmeos Castor e Pólux, nascidos de
um ovo, pois ela foi fecundada por Júpiter, transformado em cisne (13).
Dante não sabe dizer por onde entrou
nesse 9º céu, pois suas partes, “vivíssimas
e altíssimas” (vivissime
ed eccelse- v. 100), são
todas uniformes. Beatriz, percebendo o “desejo”
(disire-
v. 103) dele de saber
mais sobre o lugar onde está, começa sua fala, que se estende do v. 106 até o
148, o último do Canto.
Beatriz inicia referindo-se à “natureza do universo” (La natura del mondo,
/.../- v. 106), “que mantém/ o centro parado e move todo o
restante em torno” (/.../ che quïeta/ il
mezzo e tutto l’altro intorno move- v. 106-107). Tal movimento principia aqui, neste novo céu. Sua
concepção assim é a ptolomaica, da ciência da época, em que a Terra ocupava o
centro do universo e os astros giravam em torno dela.
O Primum Mobile deriva da “mente divina na qual se acende/ tanto o amor
que o faz girar quanto a força que ele chove” (/.../ la mente
divina, in che s’accende/ l’amor che ‘l volge e la virtù ch’ei piove- v.110-111). Está contido no Empíreo, a
residência de Deus: “Luz e amor o contêm/
assim como ele contém os outros céus” (Luce e amor d’un cerchio lui compreende,/ sì come questo li altri;
/.../- v.112-113).
O poeta, curiosamente, ilustra essa determinação
com a de uma operação matemática (5 x 2 = 10), como se vê na comparação abaixo:
Non è suo moto per altro distinto,
ma li altri son mensurati da questo,
sì come diece da mezzo e da quinto; (v. 115-117)
Seu
movimento não é determinado por outro céu,/ mas os outros o são por este,/ assim
como a metade e o quinto determinam dez.
Beatriz afirma ainda que “o tempo tem neste vaso/ suas raízes e nos
outros, as folhas” (e
come il tempo tegna in cotal testo/ le
sue radici e ne li altri le fronde- v. 118-119). Ou seja, o tempo, como a raiz de uma árvore, tem sua
origem oculta neste céu (no Primum Mobile), enquanto os outros céus carregam
suas “folhas”, i.e. os planetas e estrelas, observados por nós (14). Como
sabemos, o tempo é função do movimento dos astros (15).
Prosseguindo, Beatriz faz uma crítica
violenta à cobiça dos seres humanos. Inicia identificando-a com o mar, nesta
metáfora:
Oh cupidigia, che i mortali affonde
sì sotto te, che nessuno ha podere
di trarre li occhi fuor de le tue onde! (v. 121-123)
Ó
cupidez, que os mortais tanto afundas/ em suas águas profundas de modo que
nenhum tem o poder/ de erguer os olhos para fora das tuas ondas!
No início da vida, a vontade humana
“bem floresce” (Ben fiorisce /.../- v.
124). “Mas a chuva constante (i.e. a influência
perniciosa do meio) transforma/ em frutas
estragadas as ameixas boas” (ma la pioggia continüa converte/ in
bozzacchioni le sosine vere- v.125-126).
Ocorre aqui, como se vê, uma nova incidência de imagens inspiradas pela flora. Em
seguida, ela afirma: enquanto são meninos, possuem ”fidelidade e inocência” (Fede e innocenza -v. 127), mas depois, quando suas faces se
cobrem de barba, essas características fogem deles. Cita ainda estes exemplos: no
início, jejuam, depois devoram “qualquer
alimento em qualquer lua” (poi divora /.../ qualunque cibo per qualunque luna- v. 132-133), i.e. em qualquer época do ano,
inclusive na Quaresma e outros dias de jejum (16). No início, amam e escutam sua mãe, depois
querem vê-la morta.
Beatriz pede para Dante considerar “que na terra falta
quem governe/ pelo que a família humana se extravia” (pensa che ’n terra
non è chi governi;/ onde si svïa l’umana famiglia- v.140-141). O poeta reafirma aqui, pela voz de
Beatriz, sua convicção de que esse mal decorre da vacância do papado, aos olhos
de Cristo, e da falta de um imperador,
quanto aos assuntos temporais (17).
Beatriz
conclui sua fala (e o Canto) utilizando um recurso de retórica. Ela expressa a esperança
na intervenção divina “antes que janeiro
desinverne” (Ma
prima che gennaio tutto si sverni- v. 142),
i.e. antes que janeiro (no hemisfério Norte) deixe a estação do inverno e passe
para a primavera, a persistir o erro do calendário juliano então em vigor,
estimado na centésima parte de um dia (“pela
centésima parte do dia negligenciada lá embaixo”: per la centesma ch’ è
là giù negletta- v. 143) (esse
erro seria corrigido mais tarde, em 1582, pelo calendário gregoriano) (18).
Assim,
“antes que janeiro desinverne”, diz
ela, virá uma “tempestade” (fortuna- v. 145; essa tradução, segundo Hollander, está
de acordo com o sentido medieval da palavra) (19) “que voltará as popas para onde estão as
proas/ de modo que a frota correrá na direção correta;/ e o bom fruto virá
depois da flor” (le
poppe volgerà u’ son le prore,/ sì che la classe correrà diretta;/ e vero
frutto verrà dopo ‘l fiore- v. 146-148).
Desse modo, com a intervenção divina
suprindo aquela necessidade de um bom governo, a “frota” (classe- v.147) -- metáfora da humanidade ou da
“família humana” mencionada no v. 141 -- avançará na boa direção.
NOTAS
(1) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”. A verse translation by Allen Mandelbaum. Notes by Anthony
Oldcorn and Daniel Feldman, with Giuseppe Di Scipio. Bantam
Books, 1986- p.408.
(2) Id. ib, p. 408.
(3) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”. Translated
with an Introduction, Notes, and Commentary by Mark Musa. Penguin Books, 1986,
p.324.
(4) LONGNON, Henri- “La Divine Comédie”.
Traduction, préface, notes et commentaires par Henri Longnon. Paris: Garnier,
1951, p. 684.
(5) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of
Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 409.
(6) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Inferno”. A verse translation by Allen Mandelbaum. Notes by Allen
Mandelbaum, Gabriel Marruzzo with Laury Magnus. Bantam Books, 1982- p.
383; SAYERS, Dorothy L. and REYNOLDS, Barbara—“Dante:
The Divine Comedy 3- Paradise”. Translated by Dorothy L. Sayers and Barbara
Reynolds. Penguin Books, 1971, p.298.
(7) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3:
Paradise”, op cit, p 325.
(8) SAYERS, Dorothy L.
and REYNOLDS, Barbara—“Dante: The Divine Comedy 3- Paradise”, op cit, p. 298. .
(9) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of
Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 409.
(10) LONGNON, Henri- “La Divine Comédie”.
Traduction, préface, notes et commentaires par Henri Longnon. Paris: Garnier,
1951, p. 685.
(11) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3:
Paradise”, op cit, p 326.
(12) CIARDI, John- “The Divine Comedy”: The
Inferno. The Purgatorio. The Paradiso”. Translated by John Ciardi. New American Library, 2003, p. 629. Para a identificação de Beatriz com a Verdade
Revelada, p. 840.
(13) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy
of Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 410.
(14) CIARDI, John- “The Divine Comedy”: The Inferno. The
Purgatorio. The Paradiso”, op cit, p. 840-841.
(15) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy
of Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 410.
(16) CIARDI, John- “The Divine Comedy”: The Inferno. The
Purgatorio. The Paradiso”, op cit, p. 841.
(17) LONGNON, Henri- “La Divine Comédie”.
Traduction, préface, notes et commentaires par Henri Longnon. Paris: Garnier,
1951, p. 686.
(18) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante Alighieri-
Paradiso”, op cit, p. 410.
(19) HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante
Alighieri- Paradiso”: a verse translation by Robert & Jean Hollander.
Introduction & Notes by Robert Hollander.
Doubleday, 2007, p. 678. MANDELBAUM, op cit, p. 249, traduz “fortuna” por
“Providência”.
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-Para ouvir o Canto XXVII:
https://www.youtube.com/watch?v=FMqSjGkUSjY
(acessado em 13.10.20)
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