Canto XVI
O Canto inicia com uma invocação à “nobreza de sangue” (nobiltà di sangue- v.1). O poeta afirma que doravante não vai mais se
surpreender quando as pessoas aqui na Terra se vangloriarem dela, pois ele
próprio, no Céu, se ufanou de sua estirpe (após saber sobre Cacciaguida).
Na
sequência, os versos, ainda
dirigindo-se a essa nobreza de sangue, personificada, e numa metáfora que a
associa a um manto, salientam o fato de que, à medida que o tempo passa, ela
tende a se reduzir, se não ocorrerem novos motivos que a reforcem:
Ben se’ tu manto che tosto raccorce:
sì che, se non s’appon di dì in die,
lo tempo va dintorno con le force. (v.7-9)
És um
manto que se encurta logo:/ de modo que, se não for alongado dia a dia,/ o tempo
utiliza sua tesoura.
Dante diz que usará doravante o “vós” (voi-
v. 10) em suas palavras. Esse
é um pronome mais cerimonioso do que o “tu” (seu uso pelos romanos, hoje
abandonado, teria se iniciado com o tratamento dado por eles a Júlio César). Decorre
da tomada de consciência, pelo poeta, da sua nobre linhagem, o que provoca um
sorriso irônico de Beatriz, “sorriu, parecendo
aquela que tossiu/ à primeira falta narrada de Ginevra” (ridendo, parve quella
che tossio/ al primo fallo scritto di Ginevra-
v.14-15). Ela é
comparada assim à dama que tossiu para anunciar sua presença, no momento em que
a rainha Guinevere cometia sua primeira falta, ou seja, revelava seu amor
ilícito pelo cavaleiro Lancelot, conforme um episódio do romance da Távola
Redonda, mencionado indiretamente. Essa mesma história era aquela lida pelos
amantes Paolo e Francesca, personagens do Canto V do “Inferno” (v.127-138) (1).
Gustave Doré |
O poeta, ao falar com seu ancestral
(seu “pai”: padre mio- v. 16), diz que se rejubila (“Por tantos rios se enche de alegria/ a mente
minha”: Per
tanti rivi s’empie d’allegrezza/ la mente mia,/.../ – v.19-20), afirmando—“vós me elevais tanto que eu sou mais do que sou” (voi mi levate sì,
ch’i’ son più ch’io- v.18).
Essa alegria de Dante decorre não só de saber sobre sua ascendência mas também
porque, sendo salvo, irá se juntar a Cacciaguida no Paraíso (2). Em seguida ele formula algumas perguntas ao seu trisavô, desejando
saber quem foram seus antepassados; quando ele foi criança; “quão grande era então o redil de São João”
(ditemi
de l’ovil di San Giovanni/ quanto era allora, /.../- v. 25-26), i.e. qual era então o tamanho de
Florença (cujo padroeiro, na era cristã, é S. João Batista), e quem, dentro
desse rebanho, era “digno dos mais altos
cargos” (/.../
degne di più alti scanni- v.27).
A seguir, o poeta faz uma comparação
sugestiva, referindo-se ao seu trisavô:
Come s’avviva a lo spirar d’i venti
carbone in fiamma, così vid’io quella
luce risplendere a’ miei blandimenti; (v.28-30)
Como se
aviva ao soprar dos ventos/ o carvão no fogo, assim vi eu aquela/ luz
resplandecer às minhas palavras afetuosas;
e
passa a reproduzir o que Cacciaguida lhe respondeu, em sua linguagem antiga (“não com a nossa moderna fala”: ma non con questa
moderna favela- v.33), supostamente o florentino do século
XII (3).
Nos versos seguintes, o ancestral diz,
indiretamente, que nasceu em 1091. Cabe ao leitor deduzir isso, dividindo o
produto de 580 com 687 pelos 365 dias do ano.
580, ou “quinhentos e cinquenta/ e
trinta” (cinquecento
cinquanta/ e trenta- v. 37-38),
é o número de vezes que “este fogo” (v.38,
Marte, o planeta em que estão) ficou em conjunção com a constelação de Leão (“veio este fogo/ a reinflamar-se sob a sua
pata”: venne
questo foco/ a rinfiammarsi sotto la sua pianta- v.38-39) desde o início da era cristã até o
parto de Cacciaguida (v. 35). Para os florentinos tal início era contado desde o
dia da Anunciação (“Desde aquele dia em
que foi dito Ave”:
Da quel dì che fu detto ‘Ave’ - v. 34)
(25 de março), ou seja, era contado desde a concepção, não do nascimento de Cristo.
Por outro lado, 687 é o número de dias que o planeta leva para fazer aquele movimento
astronômico de revolução em torno da Terra. No período considerado, isso ocorreu
580 vezes (4).
Prosseguindo, Cacciaguida afirma que
seus ancestrais e ele nasceram na parte mais antiga da cidade, onde “o corredor participante de vossos jogos
anuais” (da
quei che corre il vostro annüal gioco- v. 42) (corridas anuais de cavalo) primeiro entra, i.e. o distrito
de Porta San Pietro (5). Mas sobre seus
maiores, “sobre quem foram e de onde
vieram” (chi
ei si fosser e onde venner quivi- v. 44),
Cacciaguida não quer se estender, acha que “é
mais apropriado calar do que falar” (più è tacer che ragionare onesto- v.45) pois, depreende-se, no Paraíso não
seria apropriado jactar-se deles (6).
Quanto ao tamanho da população de
Florença, Cacciaguida refere-se a “Todos
os que podiam naquele tempo/ portar armas entre Marte e o Batista” (Tutti color ch’a quel
tempo eran ivi/ da poter arme tra Marte e ‘l Batista- v. 46-47), i.e. à população masculina adulta
existente entre os limites opostos da cidade, a estátua de Marte na ponte
Vecchio e o Batistério de S. João Batista. Eles “eram um quinto dos que vivem lá agora” (erano il quinto di
quei ch’or son vivi- v. 48).
Mas não havia a mistura atual, com gente de Campi, Certaldo e Fegghine (v.50).
A população “era pura até o último
artesão” (pura
vediesi ne l’ultimo artista- v. 51).
Seria melhor ter essa gente apenas como
vizinha e não dentro da cidade. Eles deviam ter permanecido fora das suas
fronteiras norte (Trespiano) e sul (Galluzzo) (v.53-54). Por isso, os
florentinos têm que, agora, “suportar o
mau cheiro/ do vilão Aguglione e daquele da Signa/ que já têm os olhos aguçados
para a barataria!” (barataria significa ação de agente público em troca de suborno)
( /.../
e sostener lo puzzo/ del villan d’Aguglion, di quel da Signa/ che già per
barattare ha l’occhio aguzzo!- v.55-57). Baldo d’Aguglione e Fazio da Signa
descendiam de famílias migradas para Florença, procedentes de localidades
próximas. Esses inimigos políticos de Dante eram Guelfos Brancos renegados e se
opunham ao seu retorno do exílio (7).
Dante, pela voz de Cacciaguida, faz depois
uma crítica à Igreja. Se ela tivesse tido um outro tipo de relacionamento com o
Imperador,
Se la gente ch’al mondo più traligna
non fosse stata a Cesare noverca,
ma come madre a suo figlio benigna, (v.58-60)
Se
aqueles que no mundo mais se extraviam/ não tivessem sido madrasta de César/
mas mãe benigna a seu filho,
i.e.,
se a Igreja não disputasse o poder temporal com o Imperador, não teria causado
a divisão e lutas civis entre os guelfos (partidários do Papa) e os gibelinos (partidários do Imperador), levando
as famílias que emigraram para Florença a optar por um partido ou outro e
desestruturando a ordem social então existente, pois a Igreja estimulou o povo
simples a voltar-se contra os senhores feudais partidários do Império, conforme
Merlo (8). Essa gente indesejada teria permanecido em seus locais de origem.
Não haveria hoje “um certo
novo-florentino que se dedica ao comércio e câmbio” (ou agiotagem) (tal fatto è
fiorentino e cambia e merca- v.61),
uma vez que ele teria permanecido em
Simifonti. Os “Condes” Guidi estariam ainda no castelo de Montemurlo, os Cerchi
(chefes dos Guelfos Brancos) em Acone e os Buondelmonti (que deram origem às
primeiras lutas civis em Florença) em Valdigrieve (v.64-66).
Segue-se a constatação do
crescimento inconveniente de uma cidade (Florença) pelo afluxo migratório
(tornando a população florentina menos “pura”, na opinião do poeta), e a comparação desse “mal”
com o produzido no corpo humano pelo excesso de alimentação. Associa-se essa
cidade maior a um touro e afirma-se que uma espada pode ser melhor que cinco
(uma evocação da antiga Florença, cuja população, conforme o v.48, era um
quinto da atual). Em suma, para Dante, pela voz de Cacciaguida, a Florença
antiga era melhor que a atual:
Sempre la confusion de le persone
principio fu del mal de la cittade,
come del vostro il cibo che s’appone;
e cieco toro più avaccio cade
che cieco agnello; e molte volte taglia
più e meglio una che le cinque spade. (v. 67-72)
Sempre
a mistura de gente diversa/ foi origem do mal de uma cidade/ como do vosso, o
alimento demasiado;
um
touro cego cai mais rápido/ que um cordeiro cego; e muitas vezes talha/ mais e
melhor uma espada do que cinco.
Cacciaguida então menciona quatro cidades
italianas, duas já desaparecidas (Luni e
Urbisaglia- v. 73) e duas em decadência, que seguem o mesmo caminho daquelas (Chiusi e Sinigaglia- v. 75). Por isso, não deve ser motivo de
admiração que as grandes famílias também declinem, “já que mesmo as cidades chegam ao fim” (poscia che le cittadi
permine hanno- v. 78). Afirma
também:
Le vostre cose tutte hanno lor morte,
sì come voi; ma celasi in alcuna
che dura molto, e le vite son corte. (v. 79-81)
Todas
as vossas coisas têm a sua morte/ assim como vós; mas esconde-se em alguma/ que
dura muito, e curtas são as vidas.
Antes de arrolar as famílias
florentinas notáveis então, que depois decairiam, Cacciaguida faz mais uma
comparação: a da sorte variável de Florença (sua Fortuna, personalizada) com o
vai e vem das marés, influenciado pelos
astros:
E come ‘l volger del ciel de la luna
cuopre e discuopre i liti sanza posa,
così fa di Fiorenza la Fortuna:
per che non dee parer mirabil cosa
ciò ch’ io dirò de li alti Fiorentini
onde è la fama nel tempo nascosa. (v. 82-87)
E como
o girar do Céu da Lua/ cobre e descobre as praias sem parar,/ assim faz a
Fortuna com Florença:
pelo
que não deve parecer coisa surpreendente/ isso que direi dos grandes
florentinos,/ de quem a fama se perde no tempo.
Salvador Dalì. |
Na sequência, do v. 88 a 139,
Cacciaguida passa a mencionar quais eram, então, as famílias ilustres de
Florença. Inicia citando os Ughi,
Catellini, Filippi, Greci, Ormanni e Alberichi, já em decadência em seu
tempo. Cacciaguida também cita os
dell’Arca, os della Sannella, Soldanieri, Ardinghi, Bostichi, “tão grandes quanto
antigos” (/.../
così grandi come antichi- v. 91).
E prossegue: “Perto da porta (Porta
San Pietro) (9) que atualmente é
sobrecarregada/ de nova felonia (traição) tão pesada/ que logo fará afundar o
barco” (ou seja, destruirá Florença) (Sovra la porta ch’ al presente carca/ di
nova felonia di tanto peso/ che tosto fia iattura de la barca- v. 94-96) estavam os Ravignani (família já extinta no tempo de Dante, cujo chefe no
tempo de Cacciaguida era Bellincione Berti) (10). A “nova felonia” mencionada diz respeito à
conduta dos Cerchi (referidos antes,
no v. 65), aí residentes agora, líderes dos Guelfos Brancos, que falharam, por
avareza e covardia, em defender a cidade contra o ataque dos Guelfos Negros
(11). Cita também os della Pressa, que “já sabiam como/ se deve governar” (Quel de la Pressa sapeva già conme/
regger si vuole, /.../- v.100-101)
e afirma que “o Galigaio já tinha/
dourada guarda e pomo” (de espada) em
sua casa (/.../
e avea Galigaio/ dorata in casa sua
già l’elsa e ‘l pome- v. 101-102),
símbolos da condição de cavaleiros (12).
Cacciaguida continua citando outras
famílias, a partir do v. 103. São mencionados os Pigli (citados indiretamente, por uma referência heráldica), Sacchetti, Giuochi, Fifanti, Barucci, Galli
“e aqueles que enrubescem pela fraude”
(/.../ e
quei ch’ arrossan per lo staio- v.105),
i.e. os Chiaramontesi, identificados
como se vê pelo delito praticado por um de seus membros, que fraudou na medida
do sal (13). Também são mencionados os Calfucci
e aqueles que “já eram elevados/ aos
altos cargos” (/.../
già eran tratti/ a le curule /.../- v. 107-108), os Sizii e os
Arrigucci.
São citados também indiretamente: 1) “esses que agora estão desfeitos/ pela sua
soberba!” (/.../
quei che son disfatti/ per lor superbia! /.../- v.109-110), identificados como os Uberti (a mesma família de Farinata,
personagem do canto X, do “Inferno”) (14);
2) os Lamberti, por uma outra
referência heráldica: as “bolas douradas”
(le
palle de l’oro- v. 110) em
campo azul-celeste de seu brasão); 3) os
Visdomini e os Tosinghi, pois são eles os “pais” (ancestrais) daqueles que “sempre que vossa Igreja é vacante/ engordam,
sentando-se em consistório” (/.../ sempre che la vostra chiesa vaca,/ si
fanno grassi stando a consistoro- v. 113-114), i.e. enriquecem, quando fica vaga a sede episcopal de
Florença, pois, encarregando-se de seus assuntos, apropriam-se dos recursos do
bispado (15); 4) os Adimari, uma vez
que é essa “A prepotente estirpe que se
torna dragão/ atrás de quem foge e cordeiro/ a quem lhes mostra os dentes ou a
bolsa” (L’oltracotata
schiatta che s’indraca/ dietro a chi fugge, e a chi mostra ‘l dente/ o ver la
borsa, com’ agnel si placa - v.115-117),
identificada pela menção ao sogro de Ubertino Donato (Bellincion Berti), no v.120.
O pai da esposa de Ubertino arranjou o casamento de outra filha sua com um
membro da família Adimari, tornando-os aparentados de Ubertino, o que não
agradou a este. A invectiva de Dante relaciona-se ao fato de que alguém dessa
família (Boccaccino) obteve a posse dos bens do poeta, e por isso opunha-se ao seu
chamado do exílio (16).
Cacciaguida prossegue, citando ainda
outras famílias, proeminentes em seu tempo mas decadentes (ou extintas) no
tempo de Dante. Cita as famílias
gibelinas Caponsacco, Giuda e Infangato,
hoje decadentes (v.121-123). Uma das portas da cidade tomava o nome della Pera, para a admiração do poeta
(indicando que a família fora importante no passado). Em mais uma manifestação
reveladora do reacionarismo de Dante (v. antes, crítica à Igreja porque se
aliou ao povo que fez oposição aos senhores feudais, partidários do Imperador), ele critica que um membro daquelas famílias
antigas se una hoje à plebe, famílias essas cujo brasão “porta a bela insígnia do grande senhor” (/.../ la bella insegna
porta/ del gran barone /.../- v. 127-128)
(ou seja, as armas de Hugo, o Grande, marquês da Toscana), que morreu em 1001
no dia da “festa de S. Tomás” (la festa di Tommaso- v.
129), 21 de dezembro, e
que dele receberam a dignidade de cavaleiros (v. 130). O membro em questão que
optou pelo lado do povo contra os poderosos, “aquele que adorna seu brasão com uma orla de ouro” (/.../ colui che la
fascia col fregio- v. 132),
é Giano della Bella, o principal autor dos “Ordinamenti di giustizia”, de 1293,
que procurou enquadrar o comportamento dos nobres (17). Os Gualterotti
e os Importuni já viviam no
Borgo (Santi Apostoli), que “seria mais
tranquilo/ se dos novos vizinhos fosse privado” (/.../ saria Borgo più
quïeto,/ se di novi vicin fosser digiuni- v. 134-135). Tais vizinhos eram os Buondelmonti (18). Essa foi “A casa que originou o vosso pranto” (La casa di che nacque
il vostro fleto- v.136),
o pranto dos florentinos, pois o rompimento do noivado de um de seus membros
com uma jovem da família Amidei no
último momento, causou o seu assassínio em 1216 pelos membros da família
ultrajada. Foi a disputa entre essas duas famílias que originou as lutas civis
em Florença. É por isso que o poeta se expressa nessa apóstrofe: “ó Buondelmonte, quanto mal fizeste/ ao fugir
das bodas pelo conselho de outrem!” (o Buondelmonte, quanto mal fuggisti/ le nozze
süe per li altrui conforti!- v. 140-141)
(esta é identificada como Gualdrada Donati, que instigou o noivo ao rompimento
para que casasse com uma de suas filhas). Melhor seria, diz ele, que Buondelmonte
tivesse se afogado no rio Ema, “na
primeira vez que vieste à cidade” (la prima volta ch’ a città venisti- v. 144) (19). Como ele foi morto ao pé da estátua arruinada de
Marte (a “pedra mutilada” citada
abaixo) existente na ponte Vecchio, o poeta o considera como uma vitima
sacrificada ao deus da guerra pela cidade de Florença (seu protetor no tempo
dos romanos), quando o período de paz terminou, e iniciou o das lutas civis:
Ma conveniesi, a quella pietra scema
che guarda ‘l ponte, che Fiorenza fesse
vittima ne la sua pace postrema. (v.145-147)
Mas
convinha, àquela pedra mutilada/ que guarda a ponte, que Florença oferecesse/
uma vítima no final de sua paz.
Cacciaguida conclui seu discurso (e
o Canto) afirmando que com as famílias citadas, e outras, ele viu Florença
tranquila, sem razão para chorar. E finaliza assim:
Con queste genti vid’io glorioso
e giusto il popol suo, tanto che ‘l giglio
non era ad asta mai posto a ritroso,
né per divisïon fatto vermiglio. (v. 151-154)
Com
essa gente vi eu glorioso/ e justo o povo seu, tanto que o lírio/ não foi
jamais posto ao contrário na haste/
nem
feito vermelho pela dissenção.
Em seu tempo, a bandeira de Florença, um
lírio branco num campo vermelho, jamais foi arrastada e levada ao contrário no
mastro, como sinal de humilhação, o que parecia ser uma prática da época
adotada pelo vencedor. Nem a cor do
lírio mudara. Mas depois da derrota dos gibelinos em 1251 na guerra de Pistoia,
quando os guelfos assumiram o poder, essa bandeira passou a ter suas cores
invertidas: um lírio vermelho em campo branco (20). Os versos sugerem que a mudança de cor do lírio deve ser atribuída ao sangue derramado nessa luta fraticida... Note-se que tanto o
primeiro quanto o último verso deste Canto referem-se ao sangue (20)
Amos Nattini |
NOTAS
(1) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”. Translated
with an Introduction, Notes, and Commentary by Mark Musa. Penguin Books, 1986,
p.194. Cf também
MARTINS, Cristiano— Dante Alighieri- “A
Divina Comédia”. Tradução, introdução e notas de Cristiano Martins. Belo
Horizonte: Ed. Itatiaia, 1989, segundo volume, p. 415, nota.
(2) HOLLANDER, Robert
& Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”: a verse translation by Robert &
Jean Hollander. Introduction & Notes by Robert Hollander. Doubleday, 2007, p.395.
(3) Id. ib, p. 396.
(4) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”. A verse translation by Allen Mandelbaum. Notes by Anthony
Oldcorn and Daniel Feldman, with Giuseppe Di Scipio. Bantam
Books, 1986- p.368.
(5) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”, op cit, p.368.
(6) MUSA, Mark-- “Dante-
The Divine Comedy-- Volume 3: Paradise”, op cit, p.195.
(7) MANDELBAUM,
Allen- “The Divine Comedy of Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p.368; HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante
Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 398.
(8) MERLO, Luis Martínes de – “Divina
Comedia”- Dante Alighieri. Edición de Giorgio Petrocchi. Traducción y notas de
Luis Martínes de Merlo. 14ª ed., Madrid: Cátedra, 2012.
(9) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”, op cit, p.369.
(10) MUSA, Mark-- “Dante-
The Divine Comedy-- Volume 3: Paradise”, op cit, p.198.
(11) HOLLANDER, Robert
& Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 400.
(12) SAYERS, Dorothy L. and REYNOLDS, Barbara—“Dante: The
Divine Comedy 3- Paradise”. Translated by Dorothy L. Sayers and Barbara
Reynolds. Penguin Books, 1971, p. 202.
(13) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”, op cit, p.369.
(14) Id. ib., p.369.
(15) CIARDI, John- “The Divine Comedy”: The Inferno. The
Purgatorio. The Paradiso”. Translated by John Ciardi. New American Library, 2003, p.739.
(16) HOLLANDER, Robert
& Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 401.
(17) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”, op cit, p.370; HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante
Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 401..
(18) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante Alighieri-
Paradiso”, op cit, p.370.
(19) Id. ib., p. 370.
(20) MANDELBAUM, Allen- “The Divine
Comedy of Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p.370; HOLLANDER, Robert
& Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 403.
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