PARAÍSO
Canto XXXI
Dante inicia o Canto XXXI descrevendo,
admirado, o que ele então via no Empíreo. Era uma “rosa muito branca” (candida rosa- v.1), formada pelos mortais que
alcançaram a salvação, que ele chama de “milícia
santa” (milizia
santa- v.2). Já surge
aqui a primeira metáfora: Cristo, “com
seu sangue” (nel
suo sangue- v.3) (i.e.
com a crucificação), tomou tal milícia como “esposa” (sposa-
v.3). Viabilizou assim
para os seres humanos tal salvação e com isso as almas puderam se juntar a Ele
permanentemente. Nos diversos céus do Paraíso, antes percorridos, Dante já
encontrara muitas dessas almas (1).
O poeta refere-se em seguida a uma “outra” (altra- v.4) milícia. É a dos anjos, “que voando vê e canta/ a glória daquele que suscita
seu amor” (/.../
che volando vede e canta/ la gloria di colui che la ’nnamora- v. 4-5),
ou seja, Deus. Ela é comparada a um “enxame
de abelhas” (schiera
d’ape- v. 7) que em um
momento se mete entre as flores e em outro retorna “para lá onde seu trabalho produz doce sabor” (là dove suo laboro
s’insapora- v.9). Da
mesma forma, esse enxame de abelhas
nel gran fior discendeva che s’addorna
di tante foglie, e quindi risaliva
là dove ‘l süo amor sempre soggiorna. (v.10-12)
descia
naquela grande flor que se adorna/ com tantas pétalas, e dali subia de novo/
para lá onde o objeto de seu amor reside eternamente.
Os anjos-abelhas assim desciam sobre
as “pétalas” (foglie- v.11) da Rosa celeste, ou sobre as almas
dos bem-aventurados, levando-lhes a “doçura da beatitude” (2), ou o “mel”
produzido lá onde Deus mora. Levando-lhes, como se diz mais abaixo, “paz e amor” (de la pace de de
l’ardore- v.17) lá obtidos.
Note-se o paralelismo entre o v. 9 e
o v. 12, ambos citados acima, que repetem a expressão “para lá onde” e comparam
implicitamente o local onde o mel é produzido ao local onde Deus mora no
Empíreo. Outra observação quanto à linguagem diz respeito ao termo “schiera” usado habilmente por Dante no
v. 7, pois além de enxame, a palavra em italiano tem um sentido militar,
segundo os dicionários (3), significando “fileira”, “formação”, “exército” etc.
Os anjos se apresentam de modo
colorido como num afresco pois suas faces são rubras como “chama viva” (fiamma
viva- v. 13), têm “as asas douradas” (l’ali d’oro- v. 14) e o restante mais branco do que a “neve” (neve- v.15). Para distribuir o seu “mel”,
desciam na Rosa “degrau por degrau” (di banco in banco- v.
16), uma vez que esta é
concebida como um anfiteatro. Os anjos são diáfanos (4), pois “a vasta multidão” deles (di tanta moltitudine
volante- v. 20) não é impedimento para a “luz divina” (luce divina- v.22)
“penetrante/ por todas as partes do universo se forem dignas dela” (/.../ penetrante/ per l’universo secondo ch’è degno- v. 23).
Todo “Este sereno e jubiloso reino/ povoado por gente antiga e nova” (Questo sicuro e
gaudïoso regno/ frequente in gente antica e in novella- v. 25-6) -- ou seja os salvos nos períodos do
Antigo e Novo Testamento (5) – “voltava
sua vista e amor para um mesmo ponto” (viso e amore avea tutto ad um segno- v.27) luminoso.
O poeta então invoca tal fonte
luminosa: “Ó Trina Luz que em uma
única estrela/ cintilando” (Oh trina luce che ‘n única stella/ scintillando /.../- v. 28-9) tanto contenta os bem-aventurados
que ali estão. A luz é “trina” porque associada à Santíssima Trindade pois, conforme
o dogma católico, Deus é um e três ao mesmo tempo. Dante pede para Ele olhar “para a nossa tempestade aqui embaixo!” (guarda qua giuso a la
mostra procella!- v. 30).
Dante compara em seguida o seu
espanto em ver aquele “reino sereno e
jubiloso” (/.../
sicuro e gaudïoso regno- v. 25)
com o dos bárbaros chegando a Roma. Provinham da região “que é coberta todo dia por Hélice/ girando com seu filho, que ela ama”
(che
ciascun giorno d’Elice si cuopra,/ rotante col suo figlio /.../- v. 32-3),
ou seja, da região nórdica, onde a ninfa Hélice (ou Calisto, da mitologia clássica),
i.e. a constelação da Ursa Maior, sempre está presente, acompanhada pelo “seu filho” (suo figlio- v.33), a Ursa Menor (5). Se os bárbaros
ficaram estupefatos vendo os “imponentes edifícios” (l’ardüa sua opra- v.34) de Roma ou o palácio de Latrão
(v.35) (antes uma residência imperial, mas no tempo de Dante residência dos papas)
(6), como não estaria eu, diz o poeta,
ïo, che al divino da l’umano,
a l’etterno dal tempo era venuto,
e di Fiorenza in popol giusto e sano,
di che stupor dovea esser compiuto! (v. 37-40)
eu, que
do humano vinha ao divino/ e do tempo à eternidade, / e de Florença a um povo
justo e são,
de que
estupor não estaria pleno!
O Empíreo- G.Doré |
Entre o “estupor” (stupor-
v.40) e a “alegria” (‘l gaudio- v.41), Dante nada quer ouvir ou falar, apenas
contemplar. É um momento de êxtase (7). Depois, compara-se ao peregrino que
chega enfim ao santuário de sua promessa e tudo observa. Do mesmo modo, ele passeava
pela “viva luz” (per la viva luce- v.
46) do “anfiteatro” da
Rosa, levando seu olhar “para os degraus/
ora para cima, ora para baixo, ora em redor” (/.../ per li gradi,/
mo sù, mo giù e mo recirculando- v. 47-8).
Ele vê ali os bem-aventurados, seus “rostos
com a expressão da caridade” (/.../ visi a carità süadi-
v.49), adornados pela luz
de Deus e do sorriso deles mesmos.
A forma geral do Paraíso, diz Dante,
ele já abarcava com o olhar. Quando se voltou para perguntar a Beatriz “sobre coisas que suscitavam dúvida em minha
mente” (/.../
di cose/ di che la mente mia era sospesa- v.56-7) não é ela que encontra e sim “um ancião/ vestido como a gente gloriosa” ( /.../ e vidi un sene/
vestito con le genti glorïose- v. 59-60),
vestido de estola branca como os outros mortais que alcançaram a salvação (8),
“em atitude amorosa,/ adequada a um terno
pai” (/.../
in atto pio/ quale a tenero padre si convene- v.62-3). Trata-se de S. Bernardo, que se identificará
mais adiante, no v. 102. Dante,
admirado, pergunta onde está Beatriz, e o velho lhe responde que ele foi
enviado por ela, que o fez sair de seu lugar (na Rosa celestial) e vir até onde
Dante está, “para concluir a realização
de teu desejo” ( A
terminar lo tuo disiro- v. 65),
acrescentando:
e se riguardi sù nel terzo giro
dal sommo grado, tu la rivedrai
nel trono che suoi merti le sortiro (v.67-9)
e se
olhares para cima, no terceiro círculo/ desde o mais alto, tu a verás/ no trono
que seu mérito a colocou
Como se verá no próximo Canto, a
Virgem Maria tem assento no círculo, ou degrau mais alto da Rosa, Eva no
segundo e Raquel, que representa a Vida Contemplativa, no terceiro. Beatriz está
sentada à direita de Raquel (9). Mark Musa afirma que a Contemplação (Raquel) e
a Revelação (Beatriz) sentam aí lado a lado (10).
Sem responder a S. Bernardo, Dante
levanta os olhos e vê que em torno de Beatriz se forma uma coroa, ou uma auréola
(11), reflexo da luz divina (o poeta ainda não pode ver Deus diretamente,
apenas o reflexo de Sua luz) (12).
Dante prossegue dizendo que apesar
da grande distância dele com relação a Beatriz -- maior que a “Daquela região dos mais altos trovões” (Da quella regïon che
più sù tona- v.73) até o “fundo do mar” (/../ in mare più giù /.../-
v.75) -- a imagem dela chegava
a ele nítida, inalterada pela distância. Como o poeta já explicou antes (cf.
canto XXX, v. 121-3), no Empíreo não valem as leis naturais que vigoram aqui embaixo
(13).
Na sequência, do v. 79 ao 90, o
poeta, em forma de prece, transcreve as
palavras que dirigiu a ela, “em quem
minha esperança (de salvação) se
fortalece” (O
donna in cui la mia speranza vige- v.79),
palavras de gratidão por tê-lo guiado
pelo bom caminho. Ele muda o tratamento de “vós” para “tu”, mais afetuoso e
menos formal do que o primeiro (14). “Pela
minha salvação”, diz Dante, toleraste/
deixar tuas pegadas no Inferno” (e che soffristi per la mia salute/ in inferno
lasciar le tue vestige- v.80-81).
Como sabemos da primeira parte da “Divina Comédia”, ela desceu até o Limbo para
pedir a Virgílio que o guiasse, no começo de sua jornada. Conclui dizendo que Beatriz
libertou-o da escravidão (do pecado) (v.85) pelos meios que estavam ao seu
alcance. Que ela continue ajudando-o, de
modo que sua alma (quando ele morrer) “deixe
o corpo como agrada a ti” (piacente a te dal corpo si disnodi- v. 90).
Beatriz então sorri para Dante e “depois voltou-se para a eterna fonte” (poi si tornò a l’etterna fontana- v.93) de beatitude, ou seja, Deus (15).
S. Bernardo em seguida afirma que
foi enviado para ali por “um pedido e um
amor santo” (de Beatriz) a fim de que Dante conclua sua jornada e recomenda:
“voa
com os olhos por este jardim” (vola con li occhi per questo giardino- v. 97), quer dizer, pela Rosa dos
bem-aventurados (16), “pois olhá-lo
preparará a tua vista/ para subir pelo raio de luz divina” (ché veder lui t’acconcerà
lo sguardo/ più al montar per lo raggio divino- v. 98-9).
S. Bernardo é referido, nessa
passagem, como “santo ancião” (santo sene- v.94). Segundo um comentarista, Dante aqui
contraria uma regra básica, a de que no Paraíso todas as almas estão com a
idade dos últimos anos de Cristo na Terra. A razão para essa opção do poeta permanece
obscura. Dante aparentemente ignora que na doutrina de S.Tomás de Aquino os
santos se erguerão na Ressurreição com a idade de 30 anos (17).
No v. 102, como foi dito acima, o
santo se identifica. Afirma que é “fiel”
(fedel- v.102) da “Rainha do Céu”
(regina
del cielo- v. 100) e que
ela lhes “concederá toda graça” (/.../ ne farà ogne
grazia- v.101). Conforme
as fontes citadas, S.Bernardo (1091-1153) foi fundador e primeiro abade do mosteiro
de Clairvaux, dos Cistercienses, um ramo mais rigoroso da ordem dos Beneditinos.
Caracterizou-se por ser um místico contemplativo e pela devoção à Virgem Maria.
Por isso, segundo Hollander, sua escolha foi adequada para ser guia de Dante no
final de sua jornada (18). A propósito, S. Bernardo promoveu a Segunda Cruzada
(1147-49), na qual pereceu Cacciaguida, o trisavô de Dante (19).
Segue-se uma comparação, a de Dante
contemplando o santo -- o “amor/vivo”
(la
vivace/ carità- v.109-110)
– com um peregrino, “talvez da Croácia”
(forse di Croazia- v. 103), vendo o véu de Verônica em Roma.
Este, como se sabe, é uma relíquia da Igreja Católica, que traz impressa uma
imagem que, supostamente, é a de Cristo. Segundo a lenda, tal imagem surgiu
após uma de suas seguidoras enxugar com ele o suor e o sangue do rosto de Jesus,
enquanto este caminhava para o local de sua crucificação (20).
H. Memling- Verônica (séc. XV) |
S. Bernardo pede a Dante erguer os
olhos para os círculos superiores, até o mais alto, e ver “que lá tem assento a Rainha/ a quem este reino é sujeito e devoto”
(tanto
che veggi seder la regina/ cui questo regno è suddito e devoto- v. 116-7). Dante vê então Maria, a mãe de
Cristo. Essa parte extrema da Rosa é comparada à “parte oriental do horizonte” (la parte orïental de l’orizzonte- v. 119) de manhã (a do Sol nascente) que supera
a ocidental. Dante vê tal parte da Rosa “vencer
em luminosidade todas as outras” (vincer di lume tutta l’altra fronte- v. 123).
A Rainha do Céu- G. Doré |
Em outra comparação (cf o
paralelismo no uso da expressão “e como”
(e come) nos vv. 124 e 118), o poeta associa
o ponto no céu onde o Sol brilha mais forte ao centro de uma “auriflama de paz” (pacifica oriafiamma- v.127), que “no meio se avivava” (nel mezzo s’avvivava- v. 128)
de luz enquanto as partes laterais brilhavam menos.
O Sol aqui é mencionado
indiretamente, por uma perífrase, como o carro “que mal guiou Faetonte” (che mal guidò Fetonte- v. 125). Nessa nova referência à mitologia,
o poeta menciona o filho de Apolo, que pediu ao pai para guiar tal carro e por
imperícia quase incendiou céus e terra. Por isso, foi fulminado por Zeus (21).
Por outro lado, auriflama é um estandarte vermelho e dourado usado pelo reis
franceses na guerra. Mas a auriflama referida no v. 127 não é de guerra e sim de
paz... A palavra significa “chama dourada” em latim. Segundo uma interpretação
abrangente, “oriafiamma” é a Rosa
inteira, Maria é a chama dourada e os demais bem-aventurados (as pétalas da
rosa) são o fundo vermelho (22).
Em torno daquele local onde está assentada
Maria, Dante vê “mais de mil anjos em
festa/ um distinto do outro em fulgor e arte” (vid’io più di mille
angeli festanti/ ciascun distinto di fulgore e d’arte- v.131-2) (“arte” aqui é entendida como
“movimento”) (23). Aos “seus (dos
anjos) cantos e jogos” ( /.../
a lor giochi quivi e a lor canti- v. 133)
sorriu a “beleza” (bellezza- v.134), i.e. Maria, “que era alegria/ nos olhos de todos os outros santos” (/.../ che letizia/
era ne li occhi a tutti li altri santi- v. 134-5). Dante afirma que mesmo que fosse rico em palavras, não
ousaria “descrever o mínimo dos deleites
que provinham dela” (lo
minimo tentar di sua delizia- v.138).
Ocorre aqui um caso de metonímia, pois o poeta usa um termo abstrato (“beleza”)
por um concreto (Maria) (24). A
propósito, essa passagem me faz recordar
um verso famoso de Keats (“A thing of beauty is a joy for ever”).
Dante encerra seu relato neste Canto
afirmando que, naquele momento de contemplação à Virgem, ele exerce influência
sobre S. Bernardo que por sua vez o influencia.
Assim, o “santo ancião” vê seus “olhos/ fixos e atentos no fogo que o aquecia” ( /.../ vidi li occhi
miei / nel caldo suo caler fissi e attenti- v. 139-140), ou seja, vê Dante olhar atentamente
o fogo que aquecia Bernardo, o que faz este voltar os seus olhos para a mãe de
Cristo “com tanto afeto” (con tanto affetto- v.141) que induz Dante, por sua vez, a “contemplá-la
mais ardentemente” (che
‘ miei di rimirar fé più ardenti- v. 142).
Amos Nattini |
NOTAS
(1) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”. A verse translation by Allen Mandelbaum. Notes by Anthony
Oldcorn and Daniel Feldman, with Giuseppe Di Scipio. Bantam
Books, 1986- p.421.
(2) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina
Commedia: a cura di M.Zoli e F.Zanobini. Inferno. Purgatorio. Paradiso”.
Bulgarini, 2013, p.985.
(3) Dicionário Martins Fontes italiano-português
(coordenação geral Ivone C. Benedetti- S.Paulo: Martins Fontes, 2004, p.
954.
(4) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”. Translated
with an Introduction, Notes, and Commentary by Mark Musa. Penguin Books, 1986,
p. 370.
(5) SAYERS, Dorothy L. and REYNOLDS,
Barbara—“Dante: The Divine Comedy 3- Paradise”. Translated by Dorothy L. Sayers
and Barbara Reynolds. Penguin Books,
1971, p. 332.
(6) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op cit,
p.371.
(7) CIARDI, John- “The Divine Comedy”: The Inferno. The
Purgatorio. The Paradiso”. Translated by John Ciardi. New American Library, 2003, p.875.
(8) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina
Commedia”, op cit, p. 987.
(9) CIARDI, John- “The Divine Comedy”, op cit, p. 876.
(10) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op
cit, p.372.
(11) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina
Commedia”, op cit, p. 988.
(12) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op
cit, p.372.
(13) HOLLANDER, Robert
& Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”: a verse translation by Robert &
Jean Hollander. Introduction & Notes by Robert Hollander. Doubleday, 2007, p. 780. Cf também p. 739 e
p. 753.
(14) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op
cit, p.372.
(15) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina
Commedia”, op cit, p. 988.
(16) Id. ib., p.989.
(17) HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”,
op cit, p. 779.
(18) HOLLANDER,
Robert & Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 783; MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante
Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 422.
(19) SAYERS, Dorothy L. and REYNOLDS, Barbara—“Dante: The
Divine Comedy 3- Paradise”, op cit, p. 331-2, 362-3, 364.
(20) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante Alighieri-
Paradiso”, op cit, p. 422.
(21) Id. ib., pp.422 e 363.
(22) HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”,
op cit, p. 784-5.
(23) CIARDI, John- “The Divine Comedy”, op cit, p. 877.
(24) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina
Commedia”, op cit, p.990.
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-Para ouvir o Canto XXXI:
(acessado em 20.10.20)