quarta-feira, 17 de junho de 2020

CANTO XXXI


PARAÍSO


Canto XXXI


            Dante inicia o Canto XXXI descrevendo, admirado, o que ele então via no Empíreo. Era uma “rosa muito branca” (candida rosa- v.1), formada pelos mortais que alcançaram a salvação, que ele chama de “milícia santa” (milizia santa- v.2). Já surge aqui a primeira metáfora: Cristo, “com seu sangue” (nel suo sangue- v.3) (i.e. com a crucificação), tomou tal milícia como “esposa” (sposa- v.3). Viabilizou assim para os seres humanos tal salvação e com isso as almas puderam se juntar a Ele permanentemente. Nos diversos céus do Paraíso, antes percorridos, Dante já encontrara muitas dessas almas (1).

            O poeta refere-se em seguida a uma “outra” (altra- v.4) milícia. É a dos anjos, “que voando vê e canta/ a glória daquele que suscita seu amor” (/.../ che volando vede e canta/ la gloria di colui che la ’nnamora-  v. 4-5), ou seja, Deus. Ela é comparada a um “enxame de abelhas” (schiera d’ape- v. 7) que em um momento se mete entre as flores e em outro retorna “para lá onde seu trabalho produz doce sabor” (là dove suo laboro s’insapora- v.9). Da mesma forma, esse enxame de abelhas

nel gran fior discendeva che s’addorna
di tante foglie, e quindi risaliva
là dove ‘l süo amor sempre soggiorna.     (v.10-12)

descia naquela grande flor que se adorna/ com tantas pétalas, e dali subia de novo/ para lá onde o objeto de seu amor reside eternamente.

            Os anjos-abelhas assim desciam sobre as “pétalas” (foglie- v.11) da Rosa celeste, ou sobre as almas dos bem-aventurados, levando-lhes a “doçura da beatitude” (2), ou o “mel” produzido lá onde Deus mora. Levando-lhes, como se diz mais abaixo, “paz e amor” (de la pace de de l’ardore- v.17) lá obtidos.   

            Note-se o paralelismo entre o v. 9 e o v. 12, ambos citados acima, que repetem a expressão “para lá onde  e comparam implicitamente o local onde o mel é produzido ao local onde Deus mora no Empíreo. Outra observação quanto à linguagem diz respeito ao termo “schiera” usado habilmente por Dante no v. 7, pois além de enxame, a palavra em italiano tem um sentido militar, segundo os dicionários (3), significando “fileira”, “formação”, “exército” etc.

            Os anjos se apresentam de modo colorido como num afresco pois suas faces são rubras como “chama viva” (fiamma viva- v. 13), têm “as asas douradas” (l’ali d’oro- v. 14) e o restante mais branco do que a “neve” (neve- v.15). Para distribuir o seu “mel”, desciam na Rosa “degrau por degrau” (di banco in banco- v. 16), uma vez que esta é concebida como um anfiteatro. Os anjos são diáfanos (4), pois “a vasta multidão” deles (di tanta moltitudine volante- v. 20) não é impedimento para a “luz divina” (luce divina- v.22) “penetrante/ por todas as partes do universo se forem dignas dela” (/.../ penetrante/ per l’universo secondo ch’è degno- v. 23).

            Todo “Este sereno e jubiloso reino/ povoado por gente antiga e nova” (Questo sicuro e gaudïoso regno/ frequente in gente antica e in novella- v. 25-6) -- ou seja os salvos nos períodos do Antigo e Novo Testamento (5) – “voltava sua vista e amor para um mesmo ponto” (viso e amore avea tutto ad um segno- v.27) luminoso. 

            O poeta então invoca tal fonte luminosa: “Ó Trina Luz que em uma única estrela/ cintilando” (Oh trina luce che  ‘n única stella/ scintillando /.../- v. 28-9) tanto contenta os bem-aventurados que ali estão. A luz é “trina” porque associada à Santíssima Trindade pois, conforme o dogma católico, Deus é um e três ao mesmo tempo. Dante pede para Ele olhar “para a nossa tempestade aqui embaixo!” (guarda qua giuso a la mostra procella!- v. 30).

            Dante compara em seguida o seu espanto em ver aquele “reino sereno e jubiloso” (/.../ sicuro e gaudïoso regno- v. 25) com o dos bárbaros chegando a Roma. Provinham da região “que é coberta todo dia por Hélice/ girando com seu filho, que ela ama” (che ciascun giorno d’Elice si cuopra,/ rotante col suo figlio /.../-  v. 32-3), ou seja, da região nórdica, onde a ninfa Hélice (ou Calisto, da mitologia clássica), i.e. a constelação da Ursa Maior, sempre está presente, acompanhada pelo “seu filho” (suo figlio- v.33), a Ursa Menor (5). Se os bárbaros ficaram estupefatos  vendo os “imponentes edifícios” (l’ardüa sua opra- v.34) de Roma ou o palácio de Latrão (v.35) (antes uma residência imperial, mas no tempo de Dante residência dos papas) (6), como não estaria eu, diz o poeta,

ïo, che al divino da l’umano,
a l’etterno dal tempo era venuto,
e di Fiorenza in popol giusto e sano,

di che stupor dovea esser compiuto!    (v. 37-40)

eu, que do humano vinha ao divino/ e do tempo à eternidade, / e de Florença a um povo justo e são,
de que estupor não estaria pleno!  


O Empíreo- G.Doré 

            Entre o “estupor” (stupor- v.40) e a “alegria” (‘l gaudio- v.41), Dante nada quer ouvir ou falar, apenas contemplar. É um momento de êxtase (7). Depois, compara-se ao peregrino que chega enfim ao santuário de sua promessa e tudo observa. Do mesmo modo, ele passeava pela “viva luz” (per la viva luce- v. 46) do “anfiteatro” da Rosa, levando seu olhar “para os degraus/ ora para cima, ora para baixo, ora em redor” (/.../ per li gradi,/ mo sù, mo giù e mo recirculando- v. 47-8). Ele vê ali os bem-aventurados, seus “rostos com a expressão da caridade      (/.../ visi a carità süadi- v.49), adornados pela luz de Deus e do sorriso deles mesmos.  

            A forma geral do Paraíso, diz Dante, ele já abarcava com o olhar. Quando se voltou para perguntar a Beatriz “sobre coisas que suscitavam dúvida em minha mente” (/.../ di cose/ di che la mente mia era sospesa- v.56-7) não é ela que encontra e sim “um ancião/ vestido como a gente gloriosa” ( /.../ e vidi un sene/ vestito con le genti glorïose- v. 59-60), vestido de estola branca como os outros mortais que alcançaram a salvação (8), “em atitude amorosa,/ adequada a um terno pai” (/.../ in atto pio/ quale a tenero padre si convene- v.62-3). Trata-se de S. Bernardo, que se identificará mais adiante, no v. 102.  Dante, admirado, pergunta onde está Beatriz, e o velho lhe responde que ele foi enviado por ela, que o fez sair de seu lugar (na Rosa celestial) e vir até onde Dante está, “para concluir a realização de teu desejo” ( A terminar lo tuo disiro- v. 65), acrescentando: 

e se riguardi sù nel terzo giro
dal sommo grado, tu la rivedrai
nel trono che suoi merti le sortiro      (v.67-9)

e se olhares para cima, no terceiro círculo/ desde o mais alto, tu a verás/ no trono que seu mérito a colocou

            Como se verá no próximo Canto, a Virgem Maria tem assento no círculo, ou degrau mais alto da Rosa, Eva no segundo e Raquel, que representa a Vida Contemplativa, no terceiro. Beatriz está sentada à direita de Raquel (9). Mark Musa afirma que a Contemplação (Raquel) e a Revelação (Beatriz) sentam aí lado a lado (10).

            Sem responder a S. Bernardo, Dante levanta os olhos e vê que em torno de Beatriz se forma uma coroa, ou uma auréola (11), reflexo da luz divina (o poeta ainda não pode ver Deus diretamente, apenas o reflexo de Sua luz) (12).

            Dante prossegue dizendo que apesar da grande distância dele com relação a Beatriz -- maior que a “Daquela região dos mais altos trovões” (Da quella regïon che più sù tona- v.73) até o “fundo do mar” (/../ in mare più giù /.../- v.75) -- a imagem dela chegava a ele nítida, inalterada pela distância. Como o poeta já explicou antes (cf. canto XXX, v. 121-3), no Empíreo não valem as leis naturais que vigoram aqui embaixo (13).  

            Na sequência, do v. 79 ao 90, o poeta, em forma de prece,  transcreve as palavras que dirigiu a ela, “em quem minha esperança (de salvação) se fortalece” (O donna in cui la mia speranza vige- v.79), palavras de  gratidão por tê-lo guiado pelo bom caminho. Ele muda o tratamento de “vós” para “tu”, mais afetuoso e menos formal do que o primeiro (14). “Pela minha salvação”, diz Dante, toleraste/ deixar tuas pegadas no Inferno” (e che soffristi per la mia salute/ in inferno lasciar le tue vestige- v.80-81). Como sabemos da primeira parte da “Divina Comédia”, ela desceu até o Limbo para pedir a Virgílio que o guiasse, no começo de sua jornada. Conclui dizendo que Beatriz libertou-o da escravidão (do pecado) (v.85) pelos meios que estavam ao seu alcance.  Que ela continue ajudando-o, de modo que sua alma (quando ele morrer) “deixe o corpo como agrada a ti” (piacente a te dal corpo si disnodi- v. 90).

            Beatriz então sorri para Dante e “depois voltou-se para a eterna fonte    (poi si tornò a l’etterna fontana- v.93) de beatitude, ou seja, Deus (15). 

            S. Bernardo em seguida afirma que foi enviado para ali por “um pedido e um amor santo” (de Beatriz) a fim de que Dante conclua sua jornada e recomenda:  voa com os olhos por este jardim” (vola con li occhi per questo giardino- v. 97), quer dizer, pela Rosa dos bem-aventurados (16), “pois olhá-lo preparará a tua vista/ para subir pelo raio de luz divina” (ché veder lui t’acconcerà lo sguardo/ più al montar per lo raggio divino- v. 98-9). 

            S. Bernardo é referido, nessa passagem, como “santo ancião” (santo sene- v.94). Segundo um comentarista, Dante aqui contraria uma regra básica, a de que no Paraíso todas as almas estão com a idade dos últimos anos de Cristo na Terra. A razão para essa opção do poeta permanece obscura. Dante aparentemente ignora que na doutrina de S.Tomás de Aquino os santos se erguerão na Ressurreição com a idade de 30 anos (17).

            No v. 102, como foi dito acima, o santo se identifica. Afirma que é “fiel    (fedel- v.102) da “Rainha do Céu” (regina del cielo- v. 100) e que ela lhes “concederá toda graça” (/.../ ne farà ogne grazia- v.101). Conforme as fontes citadas, S.Bernardo (1091-1153) foi fundador e primeiro abade do mosteiro de Clairvaux, dos Cistercienses, um ramo mais rigoroso da ordem dos Beneditinos. Caracterizou-se por ser um místico contemplativo e pela devoção à Virgem Maria. Por isso, segundo Hollander, sua escolha foi adequada para ser guia de Dante no final de sua jornada (18). A propósito, S. Bernardo promoveu a Segunda Cruzada (1147-49), na qual pereceu Cacciaguida, o trisavô de Dante (19). 

            Segue-se uma comparação, a de Dante contemplando o santo -- o “amor/vivo” (la vivace/ carità- v.109-110) – com um peregrino, “talvez da Croácia   (forse di Croazia- v. 103), vendo o véu de Verônica em Roma. Este, como se sabe, é uma relíquia da Igreja Católica, que traz impressa uma imagem que, supostamente, é a de Cristo. Segundo a lenda, tal imagem surgiu após uma de suas seguidoras enxugar com ele o suor e o sangue do rosto de Jesus, enquanto este caminhava para o local de sua crucificação (20).


H. Memling- Verônica (séc. XV)

            S. Bernardo pede a Dante erguer os olhos para os círculos superiores, até o mais alto, e ver “que lá tem assento a Rainha/ a quem este reino é sujeito e devoto” (tanto che veggi seder la regina/ cui questo regno è suddito e devoto- v. 116-7). Dante vê então Maria, a mãe de Cristo. Essa parte extrema da Rosa é comparada à “parte oriental do horizonte” (la parte orïental de l’orizzonte- v. 119) de manhã (a do Sol nascente) que supera a ocidental. Dante vê tal parte da Rosa “vencer em luminosidade todas as outras” (vincer di lume tutta l’altra fronte- v. 123).

A Rainha do Céu- G. Doré

            Em outra comparação (cf o paralelismo no uso da expressão “e como” (e come) nos vv. 124 e 118), o poeta associa o ponto no céu onde o Sol brilha mais forte ao centro de uma “auriflama de paz” (pacifica oriafiamma- v.127), que “no meio se avivava” (nel mezzo s’avvivava- v. 128) de luz enquanto as partes laterais brilhavam menos.

            O Sol aqui é mencionado indiretamente, por uma perífrase, como o carro “que mal guiou Faetonte” (che mal guidò Fetonte- v. 125). Nessa nova referência à mitologia, o poeta menciona o filho de Apolo, que pediu ao pai para guiar tal carro e por imperícia quase incendiou céus e terra. Por isso, foi fulminado por Zeus (21). Por outro lado, auriflama é um estandarte vermelho e dourado usado pelo reis franceses na guerra. Mas a auriflama referida no v. 127 não é de guerra e sim de paz... A palavra significa “chama dourada” em latim. Segundo uma interpretação abrangente, “oriafiamma” é a Rosa inteira, Maria é a chama dourada e os demais bem-aventurados (as pétalas da rosa) são o fundo vermelho (22).

            Em torno daquele local onde está assentada Maria, Dante vê “mais de mil anjos em festa/ um distinto do outro em fulgor e arte” (vid’io più di mille angeli festanti/ ciascun distinto di fulgore e d’arte- v.131-2) (“arte” aqui é entendida como “movimento”) (23). Aos “seus (dos anjos) cantos e jogos” ( /.../ a lor giochi quivi e a lor canti- v. 133) sorriu a “beleza” (bellezza- v.134), i.e. Maria, “que era alegria/ nos olhos de todos os outros santos” (/.../ che letizia/ era ne li occhi a tutti li altri santi- v. 134-5). Dante afirma que mesmo que fosse rico em palavras, não ousaria “descrever o mínimo dos deleites que provinham dela” (lo minimo tentar di sua delizia- v.138). Ocorre aqui um caso de metonímia, pois o poeta usa um termo abstrato (“beleza”) por um concreto (Maria) (24).  A propósito, essa  passagem me faz recordar um verso famoso de Keats (“A thing of beauty is a joy for ever”).  

            Dante encerra seu relato neste Canto afirmando que, naquele momento de contemplação à Virgem, ele exerce influência sobre S. Bernardo que por sua vez o influencia.  Assim, o  “santo ancião” vê seus “olhos/  fixos e atentos no fogo que o aquecia” ( /.../ vidi li occhi miei / nel caldo suo caler fissi e attenti- v. 139-140), ou seja, vê Dante olhar atentamente o fogo que aquecia Bernardo, o que faz este voltar os seus olhos para a mãe de Cristo “com tanto afeto” (con tanto affetto- v.141) que induz Dante, por sua vez,  a “contemplá-la mais ardentemente” (che ‘ miei di rimirar fé più ardenti- v. 142).   


Amos Nattini

       
    
NOTAS


(1) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante Alighieri- Paradiso”. A verse translation by Allen Mandelbaum. Notes by Anthony Oldcorn and Daniel Feldman, with Giuseppe Di Scipio. Bantam Books, 1986- p.421.

(2) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina Commedia: a cura di M.Zoli e F.Zanobini. Inferno. Purgatorio. Paradiso”. Bulgarini, 2013, p.985.

(3) Dicionário Martins Fontes italiano-português (coordenação geral Ivone C. Benedetti- S.Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 954.   

(4) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”. Translated with an Introduction, Notes, and Commentary by Mark Musa. Penguin Books, 1986, p. 370.

(5) SAYERS, Dorothy L. and REYNOLDS, Barbara—“Dante: The Divine Comedy 3- Paradise”. Translated by Dorothy L. Sayers and Barbara Reynolds.  Penguin Books, 1971, p. 332.

(6) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op cit, p.371.

(7) CIARDI, John-  “The Divine Comedy”: The Inferno. The Purgatorio. The Paradiso”. Translated by John Ciardi.  New American Library, 2003, p.875.

(8) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina Commedia”, op cit, p. 987.

(9) CIARDI, John-  “The Divine Comedy”, op cit, p. 876.

(10) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op cit, p.372.

(11) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina Commedia”, op cit, p. 988. 

(12) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op cit, p.372.

(13) HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”: a verse translation by Robert & Jean Hollander. Introduction & Notes by Robert Hollander.  Doubleday, 2007, p. 780. Cf também p. 739 e p. 753.

(14) MUSA, Mark-- “Dante- The Divine Comedy- Volume 3: Paradise”, op cit, p.372.

(15) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina Commedia”, op cit, p. 988. 

(16) Id. ib., p.989.  

(17) HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 779. 

(18) HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 783; MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 422.      

(19) SAYERS, Dorothy L. and REYNOLDS, Barbara—“Dante: The Divine Comedy 3- Paradise”, op cit, p. 331-2, 362-3, 364.

(20) MANDELBAUM, Allen- “The Divine Comedy of Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 422.

(21) Id. ib., pp.422 e 363.   

(22) HOLLANDER, Robert & Jean- “Dante Alighieri- Paradiso”, op cit, p. 784-5.  

(23) CIARDI, John-  “The Divine Comedy”, op cit, p. 877.

(24) ZOLI, M. e ZANOBINI, F.- “La Divina Commedia”, op cit, p.990.

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-Para ouvir o Canto XXXI:


(acessado em 20.10.20)